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Você sabe quais cuidados devemos ter com nossos pés?

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Imagem: mimagephotography, de envatoelements

Dores nos pés após um dia de longas caminhadas são comuns, já são eles que suportam nosso peso e estão em contato com o solo. Incômodos duradouros, no entanto, são um sinal de alerta para buscar um médico especialista.

Bolhas, fungos, calos e infecções estão entre os principais problemas que podem ser evitados com uma série de cuidados.
"É importante adquirir o calçado correto. A orientação é comprar no período da tarde, quando os pés já estão mais dilatados, para evitar sapatos que fiquem apertados", diz o podólogo Orlando Madella Junior.

Sapatos de bico fino também devem ser dispensados, já que aumentam a probabilidade de bolhas, calos e unhas encravadas.

Bolhas também podem ser consequência do uso de meias apertadas, desajustadas ou pequenas. A fricção dos pés com as meias ou calçados gera bolhas, que prejudicam o andar e a prática de atividades físicas. Neste caso, a recomendação é de não furá-las, o que pode aumentar o risco de infecção. Por isso é importante buscar ajuda médica se o problema persistir. Em sua maioria, as bolhas secam por si só e a pele se desprende depois de alguns dias.

Já a onicocriptose, conhecida como unha encravada, acontece quando ela cresce fazendo pressão na pele e causa dor ou infecção.

O dermatologista deve ser procurado para tratamento da unha encravada, que pode ser feito com medicamentos, laser e higienização.
"Fazer o corte correto das unhas, no sentido do comprimento, ajuda a diminuir a probabilidade de encravar", diz a podóloga Vicentina de Paula Vieira.

A higiene correta é essencial. Lavar os pés com água morna e sabão e secá-los bem, inclusive entre os dedos, evita o surgimento de micoses (fungos) nas unhas.

Hidratar os pés com frequência dificulta o surgimento de rachaduras e a descamação da pele. Diabéticos, no entanto, devem ter cautela e evitar hidratantes com alta concentração de ureia.

Diabéticos devem ter cuidado redobrado com os pés "Uma em cada quatro pessoas com diabetes pode ter problemas nos pés ao longo da vida", diz Cristiane Lauretti, endocrinologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. A doença causa alterações nos nervos e nas artérias que inervam e irrigam os pés.

O chamado pé diabético se caracteriza por infecções, úlceras ou pela destruição dos tecidos dos membros. Segundo Ricardo Rienzo, endocrinologista do Hospital Santa Catarina, esse problema acomete homens e mulheres em ambos os tipos de diabetes (tipo 1 ou 2).

O tratamento do pé diabético varia de acordo com as causas, podendo ser clínico ou cirúrgico. A identificação precoce e o tratamento imediato evitam consequências graves, como a amputação.

"O mais importante é verificar diariamente se a pele dos pés está íntegra. Observar cortes, hematomas, inchaços ou áreas sensíveis. Se houver machucados, lavar com água e sabão e fazer um curativo seco", orienta Rienzo. "Se a ferida não melhorar, buscar ajuda médica imediatamente."

Cristiane complementa pontuando que sintomas de queimação, dormência e pontadas de dor nos pés também são um alerta. "É essencial controlar a glicemia e outros fatores de risco, como colesterol e pressão, para previnir os sintomas do pé diabético."

PROBLEMAS MAIS COMUNS

Unha encravada
Ocorre quando a borda da unha cresce para dentro da pele do dedo, gerando inflamação, dor, vermelhidão e inchaço na região, principalmente no dedão do pé. É mais frequente em em idosos

Calo
É reação da pele a agressões externas, por isso surgem camadas de pele endurecidas e espessas, em geral no calcanhar. Ocorre pelo uso de sapatos apertados, por algum distúrbio ortopédico ou por má distribuição do peso

Bolhas
São bolsões de pele que contêm um líquido claro, formado por uso de calçado apertado

Rachaduras
São fissuras na pele, no calcanhar, que geram desconfortos e dor em alguns casos. Ocorre devido ao ressecamento da pele e pressão do próprio corpo no pé

Micoses
É causada por fungos e atinge a pele entre os dedos. Se manifestam quando os pés sofrem com excesso de calor e umidade

Olho de peixe
São causadas pelo HPV (papiloma vírus humano) e o contágio ocorre pelo contato direto com pessoas ou objetos contaminados e pés machucados ou com rachaduras. Essas verrugas aparecem na sola do pé e são dolorosas

Joanete
Saliência óssea na lateral do pé, na base do dedão. É mais frequente em mulheres

Fascite planta
É um processo inflamatório na sola do pé, conhecida como fáscia plantar, que é responsável pela estabilidade do corpo

Neuroma de Morton
É um tipo de nódulo benigno localizado entre o terceiro e quarto dedo, acarretando aumento do volume do nervo. Acontece por causa de traumas, sapatos de bico fino e alterações anatômicas

Esporão do calcanhar
É um crescimento ósseo na parte inferior do calcanhar, mais frequente em pessoas com mais de 40 anos, obesas, com pés chatos e em quem tem artrite ou gota

Neuropatia diabética
Consiste na perda da função dos nervos do pé, o que aumenta o risco de lesionar o pé, feridas e infecções

Gota
É um tipo de artrite que ocorre devido ao aumento do ácido úrico nos tecidos e articulações. Pode afetar o dedão do pé e gerar dor, inchaço, vermelhidão e protuberâncias, em geral em homens com idade entre 40 e 50 anos e com sobrepeso

Cuidados diários com os pés:
-Use calçados confortáveis e do tamanho adequado, evitando solados escorregadios e sapatos de bico fino.
-Lave os pés diariamente com água e sabonete neutro. Evite água muito quente.
-Nunca deixe os pés úmidos. Após o banho, seque bem com uma toalha, principalmente na região entre os dedos.
-Use cremes para hidratar a superfície dos pés, mas evite passar entre os dedos (diabéticos devem evitar hidratantes com ureia).
-Faça o corte correto das unhas, em linha reta, e evite tirar a cutícula dos pés.
-Ao fazer as unhas fora de casa, leve seu próprio material ou garanta que o local use objetos descartáveis e esterilizados.
-Evite andar descalço e proteja o pé de superfícies quentes, sujas ou irregulares.

fonte: Jornal A Cidade ON, com informações da FolhaPress (escrita por Gabriela Bonin)